A criança desenvolve uma relação intima com o brinquedo, por isso não é preciso que ninguém a ensine a brincar com a boneca ou o carrinho, pois ela possui autonomia no brincar. Elas deixam-se envolver por um mundo mágico, “transportam (seus objetos) ao vasto mundo das idéias” (Dewey, 1953, p.173), desta forma, o lúdico torna-se uma atitude de liberdade, a crianças inventa histórias e situações, cria um mundo particular, mas que, ao mesmo tempo, pode ser compartilhado com os amigos, com os companheiros de brincadeira,
[...]a brincadeira pode ser um espaço bem original, onde o comportamento encontra dissociado e protegido de censuras correntemente encontradas na sociedade. (...) Nesse universo, a criança pode, sem riscos, inventar, criar, tentar” (Porto, 1998,p.182).

O jogo, o brinquedo e a brincadeira, enfim, o lúdico, é um método que além de atrair a criança irá desenvolvê-la em vários aspectos, como por exemplo: a colaboração, trabalho em grupo, paciência, raciocínio, concentração, aumento da atenção, autonomia, coordenação motora, organização espacial, criatividade, “no jogo a criança toma iniciativa, planeja, executa, avalia, enfim, ela aprende a tomar decisões, a introduzir seu contexto social na temática do faz de conta. Ela aprende e se desenvolve” (Kishimoto, 1993, p.50). Logo, é fácil perceber que o lúdico traz diversos benefícios, pois não será apenas o seu intelecto que estará sendo trabalhado, mas todo o conjunto de necessidades infantis.
Conforme Dewey (1953), o brinquedo também é uma forma de desenvolvimento do pensamento, pois durante a brincadeira existe
[...] a organização das idéias subentendidas pelo brinquedo. Invisivelmente confundem-se um brinquedo e uma história; mesmo os brinquedos mais fantasistas das crianças revelam quase sempre uma certa conveniência recíproca, uma coerência das idéias entre si, os brinquedos ‘mais livres’são dominados por certos princípios de coerência e de unidade” (ibidem).
Segundo Dewey (1953), existe uma necessidade de educar o pensamento, pois “um ser pensante pode agir tendo em vista o que está ausente e o que é futuro” (Dewey,1953, p.18), e, isso é desenvolvido através dos jogos, brinquedos e brincadeiras, onde a criança adquire habilidades de investigação e experimentação.
O brinquedo faz parte da vida da criança. Simboliza a revelação do pensamento-ação e sobre esse ponto, constitui provavelmente a matriz de toda a atividade lingüística ao tornar possível o uso da fala e da imaginação.
Não esquecendo que, “o brinquedo é uma linguagem universal que todas as crianças do mundo podem compreender” (Velasco, 1996, p.49), percebemos a necessidade de reconhecer a importância do brincar, do lúdico, para a vida e a formação da criança.
(Cristiane)
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