terça-feira, 8 de março de 2011

O RESGATE DA LITERATURA INFANTIL: A importância da literatura na escola infantil para o desenvolvimento de habilidades e do letramento nas crianças.

As pessoas possuem uma visão negativa sobre a leitura por terem vivido uma experiência negativa nos tempos de escola, onde realizavam exercícios mecânico de repetição O contato com materiais literários muitas vezes é negligenciado na escola, onde o aluno é posto em contato com livros raramente.
           Com isso, muitos acabam criando desprazer e abandonam o ato de ler, realizando-o somente quando este é exigido ou extremamente necessário. Este abandono, ainda, prejudicial ao desenvolvimento do letramento, pois se não há o desenvolvimento da leitura, o desenvolvimento da escrita e da interpretação são gravemente afetados, não sendo desenvolvidos plenamente como poderiam ser.
           É preciso lembrar que “a escola é fundamental para aproximar dos livros a criança e o jovem. É na escola que precisam viver as experiências necessárias  para, ao longo da vida, poderem recorrer aos livros e à leitura como fonte de lazer” (LAJOLO, 2005, p.12).
           Pensando nesta questão, que se faz presente na realidade escolar, percebeu-se que é de extrema importância que a criança crie um vínculo com a literatura mesmo antes de aprender a ler, para que possam posteriormente encarar o contato com a leitura em aula com muito mais prazer. Segundo Lajolo (2005), “para gostar de ler literatura, é precioso aprender”, e para aprender é necessário que se apresentem aos alunos novos meios de descobrir e olhar o universo literário, de uma forma mais divertida e cheia de significados para os educandos, “ensinando-os a gostar de ler, fazendo nascer neles o gosto pela leitura” (LAJOLO, 2005, p.12).
            Partindo de uma proposta baseada na realização de atividades com os contos e na liberdade de contato com os livros, a turma despertará para a leitura, inicialmente por livros infantis, e posteriormente de revistas, jornais e outros documentos textuais.

ATIVIDADES LITERARIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

1º) Elaborar em cada sala de aula sua própria mini-biblioteca: para que não haja uma redução de espaço nas salas de aula, a proposta é que sejam feito murais, de EVA ou outro material, em formato de sapateiras, pendurados na parede, onde os livros ficariam a disposição dos alunos, que poderiam manuseá-los.
 2º) Hora do conto: a hora do conto poderia ser dividida em dois momentos; um momento menor, em sala de aula, onde a professora escolhe um livro e fazendo uso de recursos variados contaria a história para os alunos; e num momento maior, a escola faria uma vez por mês uma hora do conto que envolvesse toda a escola, onde o aluno ao invés de escutar a história, vivenciaria a escola, neste momento a escola se organizaria como num grande conto de fadas, suas áreas seriam decoradas de acordo com o conto, e professores e funcionários se fantasiariam com os personagens. Seria oferecido um lanche especial e várias oficinas lúdicas relacionadas ao tema. As crianças seriam levadas a vivenciar a magia que as histórias infantis podem proporcionar.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Passagem rápida pelas ideias de alguns pensadores

Dewey...
Defendia que os alunos deveriam ter a teoria e também a prática. Defendia o lúdico em sala de aula, também atividades que usassem da criatividade dos alunos.
Guardia...
Ele acreditava que o sujeito tinha que querer aprender e a educação tinha que ser voltada aos interesses do aluno.
Freinet...
Via a criança como o centro da educação, também que a criança não deve ficar presa na sala de aula.
Makarenko...
Acreditava no trabalho em grupo. Para ele não importa o que você vai criar, mas o que você vai aprender com isso.
Neill...
Acreditava que cada aluno deveria aprender o que queria
Montessori...
Utilizava os movimentos, a ginástica, a expressão corporal como forma de aprendizagem.
Decroly...
Valorizava mais o trabalho manual. Destacou três etapas da aprendizagem: observação, associação e expressão.
Wallon...
Fala muito a respeito das emoções. Segundo ele, é através das emoções que os alunos expressam suas vontades e por isso elas tem papel importante na aprendizagem.
Stenhouse...
Segundo ele, os alunos devem falar, expor e os professores tentar por em prática.Critica a fragmentação dos conteúdos.

... Relações existentes entre o que eles pensavam...
Ø      Ver o aluno como um todo;
Ø      Autonomia;
Ø      Trabalho em grupos;
Ø      Professor mediador;
Ø      Professor pesquisador;
Ø      Levar o aluno a pensar;
Ø      Professor e aluno aprendendo juntos.

Aprendizagem Significativa


“A aprendizagem significativa ocorre quando novas informações e conhecimentos podem relacionar-se de uma maneira não arbitrária com aquilo que a pessoa já sabe. É o que na psicologia aprendemos como “zona de desenvolvimento proximal” (Vygotsky).
A revista Nova Escola, de novembro de 2004, publicou uma entrevista com uma professora sobre a aprendizagem significativa, onde ela diz que “quando fazem sentido, os conhecimentos são facilmente aplicados, como se a pessoa tivesse nascido com eles” (Mello, 2004, p.18).
E seguida ela acrescenta, “viver é compartilhar significados, é expressar os sentidos das coisas de tal forma que eles sejam compreendidos pelos outros. Por isso a insistência para que os saberes aprendidos na escola sejam significativos: porque são imprescindíveis. Daí a necessidade da abertura
 do currículo para a experiência e o conhecimento existentes fora do contexto escolar” (ibidem, p.18).
“É necessário, portanto, criar situações de ensino e aprendizagem nas quais a relevância dos conteúdos culturais selecionados no projeto curricular possa interagir e propiciar processos de reconstrução junto com o que já existe nas estruturas cognitivas dos alunos”.
O autor faz um destaque do que Claxton disse em relação ao aprender: a pessoa aprende mais fácil o que quer saber. Por isso acredito que o professor deve estar, também, sempre despertando a curiosidade de seus alunos. “O professor deve cultivar o espírito de curiosidade, preservá-lo de desaparecer pelo abuso, de livrá-lo da fossilização da rotina” (Dewey, 1953, p.36).

Globalização

    Hernández e Ventura (1998) descrevem a existência de diferentes concepções sobre a globalização que se refletem na prática escolar. Conforme os autores “a maneira de realizá-la difere notavelmente segundo o caso que se observe e segundo quem tenha desenvolvido” (ibidem).
    Eles citam três concepções diferentes para essa proposta. A primeira “produz-se quando o docente partindo de um tema [...] trata de propor aos alunos algumas relações” (ibidem, p.52).
    Quando há esse tipo de globalização, segundo Hernandez e Ventura (1998), “a confluência de conteúdos em torno de um mesmo tema torna mais fácil a assimilação do aluno” (ibidem, p.53).
    Nessa concepção “é o professor ou a situação os que reclamam e forçam o estabelecimento de conexões disciplinares” (ibidem, p.52).
    Numa segunda concepção, as disciplinas se desenvolvem em torno de um mesmo tema, mas “sem intercâmbios relacionais reais entre esses saberes” (ibidem, p.53). E através dessa concepção de globalização “os estudantes acabam tendo a sensação de que recebem informações de diferentes visões disciplinares que versam sobre um mesmo tema” (ibidem, p.55).
    E na terceira concepção os estudantes devem “levar adiante as tarefas reconstrutivas, reconstrutivas globais e construtivas com a informação a qual têm acesso na sala de aula” (ibidem, p.56).
    A globalização/integração é uma concepção de construção do conhecimento que supre as necessidades do educando; uma maneira eficaz de aprender.
    Como educadores devemos sempre lembrar que “aprender é construir significados e ensinar é oportunizar essa construção” (Vasco Pedro Moretto).

A realidade do aluno como fator de aprendizagem

     A realidade do aluno, utilizada dentro do contexto escolar, ajuda a criança a compreender melhor o tema abordado em aula, por isso “torna-se a insistir na necessidade de que as questões sociais de vital importância, os problemas cotidianos, sejam contemplados no trabalho curricular nas salas de aula e escolas” (Santomé, 1998, p.9).
     Por isso é importante levar em consideração a realidade dos alunos. Tanto alunos quanto professores trazem consigo uma bagagem de tudo que já vivenciaram. Não há como separar o que se conhece de quem o conhece, porque não há como apagar um conhecimento, tão pouco a realidade. Não se pode esperar que os alunos não façam relações dos conteúdos com as coisas que vivem, pelo contrário, é isso que vai ajudá-los no aprendizado.
     O currículo deve abrir espaço para essas relações. “Porque não estabelecer certas intimidades entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?” (Freire, 1998, p.34).
     Os alunos transformarão em conhecimento o que for significativo para eles. Se os alunos conseguirem se aproprias das informações, estas serão significativas.
    O conhecimento será mais bem desenvolvido se, além de relacionado com a realidade, estiverem relacionando as disciplinas entre si. Uma relação entre elas fará com que os alunos aprendam por uma visão mais ampla. A educação deve “obter uma integração de campos de conhecimento e experiência que facilitem uma compreensão mais reflexiva e crítica da realidade” (Santomé, 1998, p.27).
    Devemos como professores “relacionar os diferentes saberes” (Hernandez e Ventura, 1998, p.46). Nesta forma de ensino os alunos devem “aprender a encontrar e estabelecer conexões na informação” (ibidem, p.50).. E com o auxilio do professorado estimular “através da utilização de diferentes procedimentos e estratégias, a seleção das informações para favorecer a autonomia progressiva do aluno” (ibidem).
    Devemos ter sempre em mente que o aluno é quem deve formar seus conhecimentos. Ele não é uma gavetinha vazia aonde o professor vai arquivando o que lhe interessa. O aluno tem que ter curiosidade, se sentir motivado e desafiado. “Só as questões interessantes e motivadoras, que podem ser problemáticas para a pessoa, têm a possibilidade de gerar conflitos e, conseqüentemente, aprendizagens” (ibidem, p.39).

domingo, 21 de novembro de 2010

O Sorriso de Monalisa

             O Sorriso de Monalisa é um filme que relata os costumes e valores morais e tradicionais em uma comunidade nos anos 50.
            Os personagens envolvidos são mulheres e fazem parte da classe privilegiada dessa comunidade, que se usa da faculdade de Wellesley para reproduzir sua cultura de geração em geração.
            É nesse contexto que uma professora de Arte, educada na Universidade Liberal chamada Berkeley, chega para lecionar em Wellesley e encontra as melhores e mais brilhantes jovens mulheres dos Estados Unidos sendo treinadas para se transformarem em cultas esposas e responsáveis mães.
            No filme a professora se vê desafiada a tentar abrir a mente de suas alunas para uma visão mais liberal. Nessa luta a professora encontra resistência por parte da administração do colégio e também das próprias alunas. Oposição essa nutrida por uma visão etnocêntrica que, como Rocha define, “é uma visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todas as outras são passadas e sentidas através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência”. O colégio se posicionou com essa visão por ter a responsabilidade com a sociedade de reproduzir essa cultura e as garotas se opuseram pó estarem diante do novo, do diferente, que como Rocha refere, “a diferença é ameaçadora, porque fere a nossa própria identidade cultural”. A maneira como a professora manifestava seu pensamento em relação a ser mulher, mãe, esposa, lhes causou estranheza e conseqüentemente resistência.
            A professora por sua vez ao perceber o contexto social e cultural onde se encontrava manteve uma visão relativizadora que segundo Rocha define, “quando o significado de um ato é visto não na sua dimensão absoluta, mas no contexto em que acontece, estamos relativizando quando compreendemos o ‘outro’ nos seus próprios valores e não nos nossos”. A educadora não impôs sua maneira de perceber o mundo, mas tentou fazê-las perceber que existem outras maneiras de perceber esses significados culturais; como ser mãe, esposa, dedicar-se ou não com exclusividade a essa vida, e com isso poderem formar um pensamento critico, capaz de fazer escolhas conscientes e não reproduções culturais. E assim vale apena ressaltar o que Rocha argumenta, que “a diferença não se equaciona com ameaça, mas com a alternativa. Ela não é uma habilidade do ‘outro’, mas uma possibilidade que o ‘outro’ pode abrir para o ‘eu’”.
            No final do filme, cada personagem fez a sua opção, de acordo com a construção que se predispôs a realizar diante de novas percepções de mundo. Algumas optaram seguir em frente com seus hábitos, valores, mas conscientes de suas escolhas, outras decidiram transformar suas vidas com as novas possibilidades, tomando o comando de suas vidas. A própria professora viveu o que ensinou no seu comprometimento ético com essa visão relativizadora ao recusar continuar no colégio com a condição de reproduzir a cultura imposta pela comunidade.
            Concluindo, quando nos defrontamos com o novo, a primeira possibilidade é nos despirmos de uma visão etnocêntrica e nos aproximarmos, é nesse encontro é essa aproximação que romperá uma visão preconceituosa. Quando nos relacionamos com o “outro”, influenciamos e somos influenciados, nunca saímos iguais como chegamos.

domingo, 26 de setembro de 2010

Ensinar, educar e aprender...

Ensinar...
Segundo John Dewey “a tarefa do professor, cujo papel é ensinar, não é preparar a matéria para fazer aprender, e sim prepará-la para que essa matéria robusteça o ato de pensar” (DEWEY, 1953).
Para Paulo Freire, “é preciso saber que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 1998, p.52).
Ensinar é mostrar os caminhos pelos quais o aluno pode andar, de modo a incentivar a construção de seu conhecimento. É auxiliar os alunos em suas descobertas, ser um mediador entre os alunos e as informações. É desafiá-los a ir em busca do saber.
Educar... Educação...
Certa revista publico um texto sobre educação, o qual parte cito agora, como exemplo da educação e sua importância: “Quando você aprende a ler ou a voar, é educação. Quando você planta uma árvore ou deixa de jogar poluentes nos rios e mares, é educação. Quando você passa por um museu, um teatro, uma igreja ou um lugar histórico e entende o que isso significa, é educação. Educação é o maior patrimônio de um ser humano. Porque educação não é só aprender a ler e escrever. Educação é você aprendendo o seu próprio país e o mundo. E, neste processo, aprendendo sobre você mesmo. Muito mais... educação são todos aprendendo sobre todos[...] perguntando[...] e descobrindo a magia e o poder das respostas”.
A educação não se restringe às paredes de uma escola, a saber ler e escrever, educação é algo muito maior. Tudo o que vivemos é educação, a cada passo que damos e descobrimos algo estamos ampliando nossa educação.
A educação acontece a cada minuto, ocorre na escola, em casa, com a família, com o professor, com o vizinho, com algo que vemos na televisão, com o que lemos ou ouvimos de outras pessoas, vivemos em constante processo de educação (ensinando e aprendendo).
Aprender...
Segundo Moretto, “aprender é construir significados e ensinar e oportunizar essa construção”. Aprender é muito mais que apenas copiar e reproduzir algo pronto dado pelo professor. Para aprender é preciso produzir, pensar, refletir, discutir, pesquisar, enfim, construir.
Buscando “aprender a aprender”, o que envolve, segundo Demo, “saber pensar, englobando, num todo só, a necessidade de apropriação do conhecimento disponível e seu manejo criativo e crítico...construir atitude positiva construtiva, crítica e criativa, típica do aprender a aprender” (DEMO,  1992, p.25).
Auxiliar no desenvolvimento de uma pessoa autônoma, que ela aprenda da maneira que consegue, dentro de suas possibilidades e, é claro, sempre procurando desenvolver-se, ultrapassando obstáculos após obstáculos, chegando ao que propõe Edgar Morin, “a missão do didatismo é encorajar o autodidatismo, despertando, provocando, favorecendo a autonomia” (MORIN, 2001, p.11).