terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Passagem rápida pelas ideias de alguns pensadores

Dewey...
Defendia que os alunos deveriam ter a teoria e também a prática. Defendia o lúdico em sala de aula, também atividades que usassem da criatividade dos alunos.
Guardia...
Ele acreditava que o sujeito tinha que querer aprender e a educação tinha que ser voltada aos interesses do aluno.
Freinet...
Via a criança como o centro da educação, também que a criança não deve ficar presa na sala de aula.
Makarenko...
Acreditava no trabalho em grupo. Para ele não importa o que você vai criar, mas o que você vai aprender com isso.
Neill...
Acreditava que cada aluno deveria aprender o que queria
Montessori...
Utilizava os movimentos, a ginástica, a expressão corporal como forma de aprendizagem.
Decroly...
Valorizava mais o trabalho manual. Destacou três etapas da aprendizagem: observação, associação e expressão.
Wallon...
Fala muito a respeito das emoções. Segundo ele, é através das emoções que os alunos expressam suas vontades e por isso elas tem papel importante na aprendizagem.
Stenhouse...
Segundo ele, os alunos devem falar, expor e os professores tentar por em prática.Critica a fragmentação dos conteúdos.

... Relações existentes entre o que eles pensavam...
Ø      Ver o aluno como um todo;
Ø      Autonomia;
Ø      Trabalho em grupos;
Ø      Professor mediador;
Ø      Professor pesquisador;
Ø      Levar o aluno a pensar;
Ø      Professor e aluno aprendendo juntos.

Aprendizagem Significativa


“A aprendizagem significativa ocorre quando novas informações e conhecimentos podem relacionar-se de uma maneira não arbitrária com aquilo que a pessoa já sabe. É o que na psicologia aprendemos como “zona de desenvolvimento proximal” (Vygotsky).
A revista Nova Escola, de novembro de 2004, publicou uma entrevista com uma professora sobre a aprendizagem significativa, onde ela diz que “quando fazem sentido, os conhecimentos são facilmente aplicados, como se a pessoa tivesse nascido com eles” (Mello, 2004, p.18).
E seguida ela acrescenta, “viver é compartilhar significados, é expressar os sentidos das coisas de tal forma que eles sejam compreendidos pelos outros. Por isso a insistência para que os saberes aprendidos na escola sejam significativos: porque são imprescindíveis. Daí a necessidade da abertura
 do currículo para a experiência e o conhecimento existentes fora do contexto escolar” (ibidem, p.18).
“É necessário, portanto, criar situações de ensino e aprendizagem nas quais a relevância dos conteúdos culturais selecionados no projeto curricular possa interagir e propiciar processos de reconstrução junto com o que já existe nas estruturas cognitivas dos alunos”.
O autor faz um destaque do que Claxton disse em relação ao aprender: a pessoa aprende mais fácil o que quer saber. Por isso acredito que o professor deve estar, também, sempre despertando a curiosidade de seus alunos. “O professor deve cultivar o espírito de curiosidade, preservá-lo de desaparecer pelo abuso, de livrá-lo da fossilização da rotina” (Dewey, 1953, p.36).

Globalização

    Hernández e Ventura (1998) descrevem a existência de diferentes concepções sobre a globalização que se refletem na prática escolar. Conforme os autores “a maneira de realizá-la difere notavelmente segundo o caso que se observe e segundo quem tenha desenvolvido” (ibidem).
    Eles citam três concepções diferentes para essa proposta. A primeira “produz-se quando o docente partindo de um tema [...] trata de propor aos alunos algumas relações” (ibidem, p.52).
    Quando há esse tipo de globalização, segundo Hernandez e Ventura (1998), “a confluência de conteúdos em torno de um mesmo tema torna mais fácil a assimilação do aluno” (ibidem, p.53).
    Nessa concepção “é o professor ou a situação os que reclamam e forçam o estabelecimento de conexões disciplinares” (ibidem, p.52).
    Numa segunda concepção, as disciplinas se desenvolvem em torno de um mesmo tema, mas “sem intercâmbios relacionais reais entre esses saberes” (ibidem, p.53). E através dessa concepção de globalização “os estudantes acabam tendo a sensação de que recebem informações de diferentes visões disciplinares que versam sobre um mesmo tema” (ibidem, p.55).
    E na terceira concepção os estudantes devem “levar adiante as tarefas reconstrutivas, reconstrutivas globais e construtivas com a informação a qual têm acesso na sala de aula” (ibidem, p.56).
    A globalização/integração é uma concepção de construção do conhecimento que supre as necessidades do educando; uma maneira eficaz de aprender.
    Como educadores devemos sempre lembrar que “aprender é construir significados e ensinar é oportunizar essa construção” (Vasco Pedro Moretto).

A realidade do aluno como fator de aprendizagem

     A realidade do aluno, utilizada dentro do contexto escolar, ajuda a criança a compreender melhor o tema abordado em aula, por isso “torna-se a insistir na necessidade de que as questões sociais de vital importância, os problemas cotidianos, sejam contemplados no trabalho curricular nas salas de aula e escolas” (Santomé, 1998, p.9).
     Por isso é importante levar em consideração a realidade dos alunos. Tanto alunos quanto professores trazem consigo uma bagagem de tudo que já vivenciaram. Não há como separar o que se conhece de quem o conhece, porque não há como apagar um conhecimento, tão pouco a realidade. Não se pode esperar que os alunos não façam relações dos conteúdos com as coisas que vivem, pelo contrário, é isso que vai ajudá-los no aprendizado.
     O currículo deve abrir espaço para essas relações. “Porque não estabelecer certas intimidades entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?” (Freire, 1998, p.34).
     Os alunos transformarão em conhecimento o que for significativo para eles. Se os alunos conseguirem se aproprias das informações, estas serão significativas.
    O conhecimento será mais bem desenvolvido se, além de relacionado com a realidade, estiverem relacionando as disciplinas entre si. Uma relação entre elas fará com que os alunos aprendam por uma visão mais ampla. A educação deve “obter uma integração de campos de conhecimento e experiência que facilitem uma compreensão mais reflexiva e crítica da realidade” (Santomé, 1998, p.27).
    Devemos como professores “relacionar os diferentes saberes” (Hernandez e Ventura, 1998, p.46). Nesta forma de ensino os alunos devem “aprender a encontrar e estabelecer conexões na informação” (ibidem, p.50).. E com o auxilio do professorado estimular “através da utilização de diferentes procedimentos e estratégias, a seleção das informações para favorecer a autonomia progressiva do aluno” (ibidem).
    Devemos ter sempre em mente que o aluno é quem deve formar seus conhecimentos. Ele não é uma gavetinha vazia aonde o professor vai arquivando o que lhe interessa. O aluno tem que ter curiosidade, se sentir motivado e desafiado. “Só as questões interessantes e motivadoras, que podem ser problemáticas para a pessoa, têm a possibilidade de gerar conflitos e, conseqüentemente, aprendizagens” (ibidem, p.39).

domingo, 21 de novembro de 2010

O Sorriso de Monalisa

             O Sorriso de Monalisa é um filme que relata os costumes e valores morais e tradicionais em uma comunidade nos anos 50.
            Os personagens envolvidos são mulheres e fazem parte da classe privilegiada dessa comunidade, que se usa da faculdade de Wellesley para reproduzir sua cultura de geração em geração.
            É nesse contexto que uma professora de Arte, educada na Universidade Liberal chamada Berkeley, chega para lecionar em Wellesley e encontra as melhores e mais brilhantes jovens mulheres dos Estados Unidos sendo treinadas para se transformarem em cultas esposas e responsáveis mães.
            No filme a professora se vê desafiada a tentar abrir a mente de suas alunas para uma visão mais liberal. Nessa luta a professora encontra resistência por parte da administração do colégio e também das próprias alunas. Oposição essa nutrida por uma visão etnocêntrica que, como Rocha define, “é uma visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todas as outras são passadas e sentidas através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência”. O colégio se posicionou com essa visão por ter a responsabilidade com a sociedade de reproduzir essa cultura e as garotas se opuseram pó estarem diante do novo, do diferente, que como Rocha refere, “a diferença é ameaçadora, porque fere a nossa própria identidade cultural”. A maneira como a professora manifestava seu pensamento em relação a ser mulher, mãe, esposa, lhes causou estranheza e conseqüentemente resistência.
            A professora por sua vez ao perceber o contexto social e cultural onde se encontrava manteve uma visão relativizadora que segundo Rocha define, “quando o significado de um ato é visto não na sua dimensão absoluta, mas no contexto em que acontece, estamos relativizando quando compreendemos o ‘outro’ nos seus próprios valores e não nos nossos”. A educadora não impôs sua maneira de perceber o mundo, mas tentou fazê-las perceber que existem outras maneiras de perceber esses significados culturais; como ser mãe, esposa, dedicar-se ou não com exclusividade a essa vida, e com isso poderem formar um pensamento critico, capaz de fazer escolhas conscientes e não reproduções culturais. E assim vale apena ressaltar o que Rocha argumenta, que “a diferença não se equaciona com ameaça, mas com a alternativa. Ela não é uma habilidade do ‘outro’, mas uma possibilidade que o ‘outro’ pode abrir para o ‘eu’”.
            No final do filme, cada personagem fez a sua opção, de acordo com a construção que se predispôs a realizar diante de novas percepções de mundo. Algumas optaram seguir em frente com seus hábitos, valores, mas conscientes de suas escolhas, outras decidiram transformar suas vidas com as novas possibilidades, tomando o comando de suas vidas. A própria professora viveu o que ensinou no seu comprometimento ético com essa visão relativizadora ao recusar continuar no colégio com a condição de reproduzir a cultura imposta pela comunidade.
            Concluindo, quando nos defrontamos com o novo, a primeira possibilidade é nos despirmos de uma visão etnocêntrica e nos aproximarmos, é nesse encontro é essa aproximação que romperá uma visão preconceituosa. Quando nos relacionamos com o “outro”, influenciamos e somos influenciados, nunca saímos iguais como chegamos.

domingo, 26 de setembro de 2010

Ensinar, educar e aprender...

Ensinar...
Segundo John Dewey “a tarefa do professor, cujo papel é ensinar, não é preparar a matéria para fazer aprender, e sim prepará-la para que essa matéria robusteça o ato de pensar” (DEWEY, 1953).
Para Paulo Freire, “é preciso saber que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 1998, p.52).
Ensinar é mostrar os caminhos pelos quais o aluno pode andar, de modo a incentivar a construção de seu conhecimento. É auxiliar os alunos em suas descobertas, ser um mediador entre os alunos e as informações. É desafiá-los a ir em busca do saber.
Educar... Educação...
Certa revista publico um texto sobre educação, o qual parte cito agora, como exemplo da educação e sua importância: “Quando você aprende a ler ou a voar, é educação. Quando você planta uma árvore ou deixa de jogar poluentes nos rios e mares, é educação. Quando você passa por um museu, um teatro, uma igreja ou um lugar histórico e entende o que isso significa, é educação. Educação é o maior patrimônio de um ser humano. Porque educação não é só aprender a ler e escrever. Educação é você aprendendo o seu próprio país e o mundo. E, neste processo, aprendendo sobre você mesmo. Muito mais... educação são todos aprendendo sobre todos[...] perguntando[...] e descobrindo a magia e o poder das respostas”.
A educação não se restringe às paredes de uma escola, a saber ler e escrever, educação é algo muito maior. Tudo o que vivemos é educação, a cada passo que damos e descobrimos algo estamos ampliando nossa educação.
A educação acontece a cada minuto, ocorre na escola, em casa, com a família, com o professor, com o vizinho, com algo que vemos na televisão, com o que lemos ou ouvimos de outras pessoas, vivemos em constante processo de educação (ensinando e aprendendo).
Aprender...
Segundo Moretto, “aprender é construir significados e ensinar e oportunizar essa construção”. Aprender é muito mais que apenas copiar e reproduzir algo pronto dado pelo professor. Para aprender é preciso produzir, pensar, refletir, discutir, pesquisar, enfim, construir.
Buscando “aprender a aprender”, o que envolve, segundo Demo, “saber pensar, englobando, num todo só, a necessidade de apropriação do conhecimento disponível e seu manejo criativo e crítico...construir atitude positiva construtiva, crítica e criativa, típica do aprender a aprender” (DEMO,  1992, p.25).
Auxiliar no desenvolvimento de uma pessoa autônoma, que ela aprenda da maneira que consegue, dentro de suas possibilidades e, é claro, sempre procurando desenvolver-se, ultrapassando obstáculos após obstáculos, chegando ao que propõe Edgar Morin, “a missão do didatismo é encorajar o autodidatismo, despertando, provocando, favorecendo a autonomia” (MORIN, 2001, p.11).

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Erro Construtivo

       Diante de todas as questões que envolvem o erro, uma das mais importantes é: como trabalhar com o erro do aluno? O professor tem o papel fundamental de transformar o erro em fonte de conhecimento, mas para que esse processo seja significativo na vida do aluno é preciso que o professor aja com sutileza para não constrangi-lo.
       Segundo Cócco (1996), o erro torna as pessoas vulneráveis e é uma questão desconfortante, que cria culpas e pecados, este clima de “culpa, castigo e medo, que tem sido um dos elementos da configuração da prática docente, é um dos fatores que impedem a escola e a sala de aula de serem um ambiente de alegria, satisfação (...), rapidamente se enfastiam de tudo o que lá acontece e, mais que isso, temem o que acontece no âmbito escolar” (LUCKESKI, 1998). Para compensar a culpa, normalmente há uma complacência em relação a ele, ao mesmo tempo que há uma preocupação em não cometê-lo. O erro opõe-se ao certo que é considerado verdadeiro e bom.
       O erro existe porque é imposto um padrão que deve ser seguido, então tudo que foge deste padrão é considerado errado. Deste modo, os alunos investem seus esforços em tentar alcançar os objetivos que são propostos pelo professor.
       Do ponto de vista Piagetiano, os conceitos são construídos num processo de auto-regulação. Regulação é o conjunto de aspectos do processo segundo os quais precisamos corrigir as coisas. Há um objetivo a ser alcançado e algumas ações levam a esse objetivo; outras ações, aquelas que não levam ao objetivo, devem ser repensadas e corrigidas. Assim, a preocupação maior não deve ser o erro, o que importa é que o erro desencadeia o processo.
       A criança que erra está convivendo com uma hipótese de trabalho não adequada. Nem por isso deixa de estar num momento evolutivo no processo de aquisição do conhecimento, “os erros mostram o raciocínio da criança e são valiosos na hora de planejar atividades” (ROVANI, 2007, p.40).
       Ao educador cabe diagnosticar o erro e, por meio dele, observar com transparência o desenvolvimento de seu aluno. A partir dessa observação ele pode criar conflitos para desestabilizar as certezas e hipóteses não adequadas que a criança tem sobre determinado assunto e assim permitir seu desenvolvimento cognitivo, isto significa que “os erros podem ser aproveitados pelo professor” (ZÓBOLI, 1998, p.37).
       Quando a prática do professor está carregada da convicção de que o papel é, fundamentalmente, o de corrigir o aluno, fica evidente que, para ele, aprender é substituir respostas erradas por certas. Porém Demo ressalta que “o bom professor não é aquele que soluciona os problemas, mas justamente o que ensina os alunos a problematizarem” (ibidem). Aprender é construir conhecimentos através da problematização, da dúvida, e o erro gera a dúvida.
       Se a correção incide apenas sobre o produto final, o professor poderá ter uma lição sem erros, o que não significa que o aluno tenha aprendido. Mas quando é sobre o processo de aprendizagem, ela é fundamental, porque corresponde exatamente à intervenção que se espera do professor – alertar o aluno para alguma inadequação da atividade que está sendo realizada, reorientar a ação do aprendiz, alertá-lo para algo que ele não considerou ou percebeu, levantar questões que o ajudem a pensar sobre isso, “o professor deveria ter, na verdade, uma função de motivação, de estímulo, de avaliação e de orientação” (DEMO, Nova Escola, 2001). Porque o objetivo do ensino é que o aluno tenha uma aprendizagem significativa, construa seu conhecimento, tenha acesso a novas informações, torne-se autônomo e crítico, não que faça lições sem erros ou que tenha um caderno ‘perfeito’.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fases do Grafismo

     Muitas vezes a expressão feita pela criança através do desenho é interpretada como meros rabiscos sem a compreensão de seu real valor e função.
     O desenho é uma forma de expressão, de comunicar idéias, pensamentos, sentimentos. “O desenho como linguagem para a arte, para a ciência e para a técnica, é um instrumento de conhecimento, possuindo grande capacidade de abrangência como meio de comunicação e de expressão” (Derdyk, 1994, p.20).
     O desenho não é, portanto, simplesmente cópia, reprodução. É também uma forma de revelar o conhecimento que a pessoa tem de mundo, dos objetos, lugares, pessoas, “...são tentativas de aproximação com o mundo. Desenhar é conhecer, é apropriar-se” (ibidem, p.24).
     O desenho é a primeira manifestação que nos acompanha desde os primórdios da história da humanidade,
[...]apesar de sua natureza transitória, o desenho, uma língua tão antiga e tão permanente, atravessa a história, atravessa todas as fronteiras geográficas e temporais escapando da polêmica entre o que é novo e o que é velho. Fonte original de criação e invenção de toda sorte, o desenho é exercício da inteligência humana (ibidem, p.46).
     O desenho não se restringe ao uso do papel, é exposto pelas tribos indígenas, em seu corpo; em muros; paredes; vidros; no chão; foi utilizado como escrita em cavernas, pedras; e atualmente fazemos desenho até pelo computador.
     O desenho passa por diversas fases até chegar ao seu estágio final, é, assim, que nos comportamos ao longo dos anos em frente a tal atividade. “O desenho como possibilidade de brincar, o desenho como possibilidade de falar, marca o desenvolvimento da infância, porém em cada estágio, o desenho assume caráter próprio” (Moreira, 1997, p.26).

1. DESENHO INFANTIL

     Para a criança, desenhar é uma diversão, “o desenho é o palco de suas encenações, a construção de seu universo particular” (Derdyk, 1994, p.50). Onde não é necessária a companhia de outra pessoa, apenas sua imaginação. Ela faz suas regras, seus limites, “...cria em torno de si um espaço de jogo, silencioso e concentrado ou ruidoso seguido de comentários e canções, mas sempre um espaço de criação. Lúdico. A criança desenha para brincar” (Moreira, 1997, p.15).
     O desenho é a primeira forma que a criança usa para se interligar com tudo, depois da fala, “é a manifestação de uma necessidade vital da criança: agir sobre o mundo que a cerca; intercambiar, comunicar” (Derdyk, 1994, p.51).
     O desenho é para a criança uma forma de linguagem, a qual ela utiliza como a fala ou os gestos. “A criança desenha para falar e poder registrar a sua fala. Para escrever” (Moreira, 1997, p.20). É, deste modo, a sua primeira forma de escrita.
     A própria criança emite críticas e julgamentos ao desenho que faz, sendo que, na maior parte deles, ela encontra-se satisfeita com os resultados. Porém, conforme afirma Perondi(2001), podem existir momentos em que a criança não se sinta satisfeita com um desenho que fez e com o qual, anteriormente, havia se satisfeito.
    Segundo o mesmo autor, o desenho infantil passa por duas etapas, que são a ação e a execução. Seus temas preferidos são referentes a todos os tipos de seres e objetos, de todos os gêneros. “O repertório gráfico fica condicionado ao meio em que a criança vive, mas é difícil explicar os motivos, ás vezes conscientemente, que levam a criança a produzir um determinado desenho” (Perondi, 2001, p.175). Os desenhos, afirma Perondi, são inspirados por circunstâncias imprevisíveis que se relacionam com acontecimentos próximos ou similares a experiências vividas. “O que é preciso considerar diante de uma criança que desenha é aquilo que ela pretende fazer” (Moreira, 1997, p.20).

2. FASES DO GRAFISMO

     Independentemente da idade, toda criança desenha. “Quando uma criança toma posse de algum instrumento que deixa marcas, certamente ele irá utiliza-lo para desenhar” (Perondi, 2001, p.179).
     Em cada etapa da infância, os desenhos são expressos em distintas formas, são essas diferenças que caracterizam as fases do grafismo.
    Constituem o grafismo as seguintes fases:

- Fase das Garatujas:  Essa fase pode ser freqüentemente reconhecida em desenhos de crianças com idade entre 2 a 4 anos. O desenho “não tem compromisso com representação de qualquer espécie”(Moreira, 1997, p.28). Neste momento, “a cor aparece por acaso e não por necessidade, é a cor que estava próxima da criança enquanto desenhava” (ibidem, p.29). Esta fase se caracteriza por três etapas distintas:
 Garatujas desordenadas: a criança “desenha pelo prazer do gesto, pelo prazer de produzir uma marca” (ibidem, p.28). Essa produção ocorre com rapidez, “não importando nem mesmo com qual das mãos segura o lápis” (Perondi, 2001, p.180). Geralmente “o espaço do papel é insuficiente” (Almeida, p.40), passando para a mesa. Nesta etapa são observados traços, começando pelo zigue-zague.

 Garatujas ordenadas: A criança relaciona seus gestos ao traço no papel e passa a domina-los. A criança descobre que “pode fazer distintos tipos de marcas e as experiência” (Perondi, 2001, p.181). Os desenhos ganham formas arredondadas, tornando-se circulares, mas não fechadas. Surgindo, assim, os caracóis e espirais.

 Garatujas nomeadas: neste momento, a criança passa a nomear suas garatujas.O adulto não deve interferir neste processo.

- Fase Pré-Esquemática ou do Simbolismo: Essa fase ocorre com maior freqüência entre crianças com idade entre 4 a 7 anos. A criança conquista novas formas, estas se tornam fechadas. “A cor que até então era indiferenciada começa agora a se destacar, apesar de ser totalmente arbitrária” (Moreira, 1997, p.36).
Nesta fase algumas crianças desenham num gênero denominado diagrama, outras obtém espécies de sóis, aranhas, etc. Nesta fase surge o homem-girino. O tamanho dos objetos se relaciona com seus juízos de valores.

- Fase Esquemática ou do Realismo Lógico: Constituí-se principalmente por crianças com idade entre 7 e 9 anos. A criança, nesta fase, já elaborou esquemas para representação dos objetos. A criança representa a realidade assim como ela entende e não como ela vê. Os objetos são desenhados conforme a sua importância. A figura humana passa a ser retratada de forma completa, aparecendo as primeiras forma de vestuários. O espaço passa a ser organizado: a linha em baixo representa o chão e a linha em cima o céu. O espaço entre a linha de cima e a de baixo é identificada como o ar. Aparece o rebatimento, onde a tridimensionalidade é reduzida a bidimensionalidade através da dobragem; e ainda os desenhos do tipo raio-x, que é a transparência. Diferentes episódios são reunidos num mesmo desenho. A cor é inicialmente utilizada em função do emocional, passando a um esquema mais rígido, ou seja, relações análogas definitivas.

- Fase do Realismo ou Idade da Turma: Representada em maior número por crianças com idade entre 9 e 11 anos, nesta fase os esquemas apresentados na fase anterior são abandonados. A figura humana apresenta detalhes em sua constituição, onde se procura caracterizar os sexos. A cor agora é percebida em suas variações. A linha de base começa a desaparecer, sendo substituída por linhas que recebem a função de simbolizar o horizonte, onde a cima localiza-se o céu e abaixo o solo. Surge a noção de sobreposição de planos e objetos.

- Fase Pseudonaturalista ou Fase da Regressão: Envolve, principalmente, adolescentes com idade entre 11 e 13 anos. Por estarem cada vez mais críticos de si e de suas produções, encerra-se a arte como atividade espontânea e começa a compreensão consciente do que se vê. Na figura humana são enfatizadas as características sexuais.Procura-se o Maximo de realismo nos desenhos das roupas. Existindo ainda uma grande tendência para a representação caricatural. Ocorrem os símbolos nas palavras. É descoberta a tridimensionalidade do espaço. Ocorre a diminuição dos objetos de fundo em relação aos da frente. A cor é determinada por reações emocionais. As produções refletem as vivencias, temores ansiedades e expectativas do individuo, podendo ser representada pela música, teatro, literatura etc.

- Período de Decisão: Fase que inicia constantemente aos 13 anos, estendendo-se até os 16 anos de idade. Não se observam acentuadas modificações em relação à fase anterior. É a fase onde o desejo sexual, a ambição e a energia estão à flor da pele. Existe maior satisfação da figura humana e de todos os demais desenhos. Desenhos decorativos, arquitetônicos e paisagísticos são típicos dessa fase, onde são utilizados os mais diversos materiais.

O Brinquedo e a Criança

     A criança aprende muitas coisas durante a brincadeira. Elas passam uma grande parte de seu tempo brincando, em muitos momentos, até mesmo em sala de aula, podemos observá-las muitas vezes em meio às brincadeiras e isso é extremamente prazeroso e significativo para elas. O ato de brincar é realizado de forma espontânea, “a criança sempre brincou. Independentemente de época ou de estruturas de civilização, é uma característica universal” (Lopes, 1999, p. 35).
     A criança desenvolve uma relação intima com o brinquedo, por isso não é preciso que ninguém a ensine a brincar com a boneca ou o carrinho, pois ela possui autonomia no brincar. Elas deixam-se envolver por um mundo mágico, “transportam (seus objetos) ao vasto mundo das idéias” (Dewey, 1953, p.173), desta forma, o lúdico torna-se uma atitude de liberdade, a crianças inventa histórias e situações, cria um mundo particular, mas que, ao mesmo tempo, pode ser compartilhado com os amigos, com os companheiros de brincadeira,
[...]a brincadeira pode ser um espaço bem original, onde o comportamento encontra dissociado e protegido de censuras correntemente encontradas na sociedade. (...) Nesse universo, a criança pode, sem riscos, inventar, criar, tentar” (Porto, 1998,p.182).
     Os momentos lúdicos proporcionam uma maior interação entre crianças de diferentes idades, classes sociais, culturas, enfim, as crianças estão interagindo por um motivo em comum, com um mesmo objetivo que é participar dos jogos e brincadeiras. São nesses momentos que a criança “afirma sua independência e seus primeiros contatos sociais, sendo fundamental ao seu desenvolvimento psicofísico de forma geral” (Natti, 1995, p.9). Sendo assim, o lúdico fornece uma “organização para o início das relações emocionais e ainda propicia o descobrimento dos contatos sociais” (Fortuna, 1994, p.6).
     O jogo, o brinquedo e a brincadeira, enfim, o lúdico, é um método que além de atrair a criança irá desenvolvê-la em vários aspectos, como por exemplo: a colaboração, trabalho em grupo, paciência, raciocínio, concentração, aumento da atenção, autonomia, coordenação motora, organização espacial, criatividade, “no jogo a criança toma iniciativa, planeja, executa, avalia, enfim, ela aprende a tomar decisões, a introduzir seu contexto social na temática do faz de conta. Ela aprende e se desenvolve” (Kishimoto, 1993, p.50). Logo, é fácil perceber que o lúdico traz diversos benefícios, pois não será apenas o seu intelecto que estará sendo trabalhado, mas todo o conjunto de necessidades infantis.
     Conforme Dewey (1953), o brinquedo também é uma forma de desenvolvimento do pensamento, pois durante a brincadeira existe
[...] a organização das idéias subentendidas pelo brinquedo. Invisivelmente confundem-se um brinquedo e uma história; mesmo os brinquedos mais fantasistas das crianças revelam quase sempre uma certa conveniência recíproca, uma coerência das idéias entre si, os brinquedos ‘mais livres’são dominados por certos princípios de coerência e de unidade” (ibidem).
     Segundo Dewey (1953), existe uma necessidade de educar o pensamento, pois “um ser pensante pode agir tendo em vista o que está ausente e o que é futuro” (Dewey,1953, p.18), e, isso é desenvolvido através dos jogos, brinquedos e brincadeiras, onde a criança adquire habilidades de investigação e experimentação.
     O brinquedo faz parte da vida da criança. Simboliza a revelação do pensamento-ação e sobre esse ponto, constitui provavelmente a matriz de toda a atividade lingüística ao tornar possível o uso da fala e da imaginação.
     “No universo lúdico tudo pode divertir ser divertido, transformar-se em brinquedo ou brincadeira. Tudo pode significar a busca isolada de novas descobertas ou a troca de experiências no convívio com outras crianças” (Velasco, 1996, p.69). O lúdico proporciona alegria, prazer nas crianças, é através deste instrumento que elas conseguem interagir em seu meio social, evoluindo-se e desenvolvendo-se de modo a formar-se cidadãos. Dessa forma “a criança que brinca, portanto, vive a sua infância, tornar-se-á um adulto mais equilibrado física e emocionalmente, suportará muito melhor as pressões das responsabilidades adultas e terá maior criatividade para solucionar os problemas que lhe surgirem” (Velasco, 1996, p.43).
     Não esquecendo que, “o brinquedo é uma linguagem universal que todas as crianças do mundo podem compreender” (Velasco, 1996, p.49), percebemos a necessidade de reconhecer a importância do brincar, do lúdico, para a vida e a formação da criança.

(Cristiane)

Meu nome é Rádio

     Meu nome é Rádio é um filme baseado na história real de James Robert Kennedy, um rapaz de família humilde que recebeu o apelido de rádio por gostar muito do aparelho e estar sempre com um nas mãos. Vítima de muito preconceito por possuir uma deficiência mental, Rádio vive as margens de uma sociedade preconceituosa e excludente. Vive num mundo particular, a parte, guardando em seu carrinho de supermercado objetos que sejam significativos para ele.
      Em certo momento de sua vida conhece o treinador do time de futebol americano Hanna, o Sr. Jones, a partir daí sua vida começa a mudar e aos poucos ele vai aprendendo a confiar neste novo amigo.
     Jones decide integrá-lo ao seu time de futebol, tarefa que não é nada fácil, muitas pessoas da comunidade e alguns alunos não aceitam bem a idéia. Trava-se, então, uma luta constante contra a indiferença e o preconceito, onde o treinador teve que ser perseverante diante de uma sociedade discriminatória. E o mais importante, se colocou ao lado de Rádio e tomou para si todas as suas dores e lutas.
     O filme discute a questão do preconceito, mas também faz uma análise de quanto a escola estar despreparada para receber pessoas portadoras de deficiências, isto fica claro na maneira como a diretora reage, embora permita que Rádio freqüente a escola, ela se demonstra confusa e insegura em relação a aprendizagem dele.
     Nesse sentido, o currículo escolar precisa ser reestruturado, reanalisado, onde a proposta de trabalho seja mais aberta as diferentes realidades. O currículo deve ser adaptado aos alunos e não o inverso, um currículo que se adapte ao aluno e lhe ofereça diferentes oportunidades, interesse, capacidade e potencialidade. Um currículo e uma pedagogia que atenda as diferenças individuais é o que se quer para o currículo escolar.
[...] os especialistas em inclusão afirmam que a escola, organizada como está, produz a exclusão. Os conteúdos curriculares são tantos que tornam alunos, professores e pais reféns de um programa que pouco abre espaço para o talento das crianças. Assim, quem não acompanha o conteúdo está fadado à exclusão e ao fracasso. (Nova Escola, 2005, p.42)
     A inclusão de alunos com necessidades especiais acontece quando o professor, em sua metodologia, respeita a origem, os conhecimentos que eles trazem consigo, e, assim, toda a diversidade existente em sala de aula é valorizada, dando-os um aprendizado muito mais significativo e interessante.
     Aqueles que não fazem do padrão, da normalidade são excluídos, deixados de lado e não se percebe que são pessoas que sentem, pensam e criam,

[...] todos os indivíduos possuem potencialidades a serem desenvolvidas. Compreendemos que o professor, com sua sabedoria e prazer de ensinar, pode criar situações e adaptações tais que as barreiras e/ou comprometimentos físicos e sensoriais não impeçam o potencial criador dos portadores de necessidades educacionais especiais, que são diferentes, mas não querem ser transformados em desiguais, pois as suas vidas só precisam ser acrescidas de recursos especiais.( Monte e Santos, 2004, p.75)

     Durante o filme percebemos que Jones não se preocupou em ensinar a ler e escrever, mas sim em trazer Rádio para o seu convívio e de outras pessoas. Com isso, Rádio aprendeu e se desenvolveu, porém também ensinou muito a todos aqueles com quem conviveu, mostrando que além do proveito que o deficiente pode obter através do convívio com outras pessoas, quem ganha são os demais, que aprendem a conviver com as diferenças, a diversidade de pessoas e saberes. Trazendo outros valores essenciais que, no mundo atual, muita vezes são esquecidos como: respeito, amizade, tolerância, solidariedade, ajuda.
     Geralmente “o primeiro pensamento que surge é que as pessoas com deficiência tem mais chances de se desenvolver. Mas todos ganham ao exercitar a tolerância e o respeito". (Nova Escola, 2005, p.44)
     Os professores precisam entender que
[...] a inclusão não significa apenas cumprir a lei. Significa levar à escola crianças que vivem isoladas de um mundo que só tem a ganhar com sua presença. E mais: fazer com que muitos alunos – que sempre estiveram nas salas regulares – vivam na diversidade. Um dos papéis da escola é praticar a responsabilidade pelo outro e estimular a criança a fazer o mesmo.(ibidem, p.45)
     Através da dedicação e amor de Jones, Rádio conseguiu se sentir amado pelo grupo e ganhou com isso, autoconfiança, auto estima e avançou em conquistas pequenas porém de grande importância na vida dele, que foi a expressão oral, corporal e o companheirismo de seu professor e colegas.



MEU NOME É RÁDIO. Direção de Michael Tollin. Columbia Tristar Film. Estados Unidos: 2003.

( Cristiane)

domingo, 29 de agosto de 2010

Curiosidade Premiada

     Toda criança possui um batalhão de ideias na cabeça, está sempre descobrindo as coisas, disse Ruben Alves que "olho de criança parece aqueles radares nos aeroportos... são olhos inquietos, estão olhando para todas as coisas..."
     Freire nos orienta a buscar os interesses dos alunos como forma de motivá-los, incentivá-los na participação. Percebo que as curiosidades que as crianças possuem, quando trabalhadas em aula, podem despertar o interesse da criança, tornando-a mais participativa.
     " É o papel do professor cultivar o espírito de curiosidade" (DEWEY, 1953), por isso devemos sempre incentivar a criança a pensar "PORQUÊ?"
    Indicamos o livro "A Curiosidade Premiada", para ser trabalhada na hora do conto. Nele a personagem principal, Gigi, é uma menina que quer saber sobre tudo. Com base nessa estória, podemos gerar um momento de interação com a turma sobre o tema curiosidade, levando-os a perceber que a curiosidade surge sobre tudo aquilo que inda não descobrimos, conforme afirma Ruben Alves "a curiosidade é isso, uma coceira que dá na cabeça da gente... a gente quer saber".
     Algumas atividades que podem ser propostas nos momentos seguintes são:

  • Um livro de curiosidades da turma: um trabalho em grande grupo, onde os alunos elaborarão perguntas as quais eles não sabem as respostas, mas gostariam de saber. Será interessante vê-los elaborando e compartilhando questões.

  • A Caixa dos Curiosos: uma caixa colocada em um local de fácil acesso das crianças, que sempre fica em aula, onde as crianças podem escrever suas dúvidas e depositar ali, onde mais tarde o professor terá acesso. O importante dessa proposta é o incentivo as perguntas, tornar o aluno mais participativo, e com base nisso, o professor poderá incrementar suas aulas e abordar temas que sejam de interesse dos seus alunos.

  • Pesquisa: Incentivar a curiosidade também é incentivar a pesquisa, afinal como podemos obter informações que nos ajudem a descobrir coisas novas?
    
(Cristiane)

Corpo e Identidade Complexa

    O corpo tem seu significado e sua identidade a partir das construções sociais que se refletem nele. A questão a ser analisada é "ao afirmar o caráter relacional e múltiplo das identidades, sua fluidez e sua inconstância, estamos sugerindo uma abordagem mais complexa" (LOURO, 2000, p.68). Refletindo nesta frase podemos concluir que se a identidade é construida a partir da disposição interna e das influências externas então ela é inacabada, está em constante transformação.
     Somos o reflexo de nossas relações, somos influenciados e influenciamos. Nosso corpo vai adquirindo outras expressões diante do novo. Adquirimos outras identidades em contato com outras culturas, novo conhecimento, novas amizades, novo emprego. A tecnologia, a globalização, colocam o homem em conhexão com outros mundos, novos hábitos, novas possibilidades. O humano já não é um ser linear, acabado, previsível, único, existe nele uma construção de várias identidades, o que o faz ser complexo, aumentando sua capacidade de relação com o outro e assim quebrando barreiras, destruindo linhas demarcatórias e interligando suas relações em uma rede de conexões.
     A diversidade que rodeia o corpo em construção está sempre construindo no sujeito novas percepções que o fazem mudar a todo instante, lhe dando múltiplas faces e lhe tornando um sujeito inacabado, e constante renovações.
"Por todas essas razões, seria pertinente, antes de tudo, indagar sobre os significados que, neste momento e nesta cultura, estão sendo atribuídas a uma dada aparência corporal; seria importante indagar sobre processos históricos e culturais que possibilitam que determinadas caracteríticas se tornassem tão especiais, sobre os processos que permitiram, finalmente que certas características passassem a 'ver mais' do que outras" (LOURO, 2000, p.62).
     Trazendo essa análise para dentro da escola, podemos concluir que uma escola deve estar harmonizada com o seu contexto histórico social e cultural, proporcionando uma pedagogia direcionada a complexidade e descontinuação porque a todo momento novas identidades tomam forma e o corpo adquire novos significados. A escola deve saber acolher e dar conta dessa pluralidade que se faz presente neste momento também inacabado da história.

(Adélia)